quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ficando feminista

Como eu já mencionei antes eu já fui do time do "não gosto desse papo de feminista", "não tenho nada contra os homens, só quero direitos iguais" e tal. 
E mesmo depois de perceber que uma coisa não tem nada a ver com a outra e aceitar que ser feminista podia ser bom, demorei ainda mais em me admitir como feminista. 
Aliás, confesso que até hoje ainda tenho receios as vezes. Porque eu cresci em uma sociedade machista e muitas vezes sigo comportamentos machistas e até os reforço, afinal, não é nada fácil se desvencilhar de ideias que nos foram passadas como "naturais", "normais" e que até hoje são reforçadas pela mídia e pela sociedade como um todo. 
Achava que o fato de eu ainda ter esses comportamentos, de ser católica, de ser romântica e ter casado aos 23 anos me tornavam inapta a usar o título de feminista, afinal não se parece nem um pouco com o modelo de feminista que eu tinha em mente. Mas aí eu lembro que tudo isso foram escolhas minhas ou fazem parte da minha personalidade e não me diminuem como mulher. Que o fato de eu não ter uma concepção formada sobre o aborto ou de não concordar com algumas pautas de alguns movimentos de mulheres não me faz não-feminista. Que ser feminista abrange diversas possibilidades e não uma única forma de ser. Isso quando eu to racional, claro.
Mas aí a pessoa aqui, que é louca por scrapbook, vê o seguinte anúncio no facebook: "suas filhas vão amar nosso vurso de scrap nas ferias!". E a primeira coisa que pensei foi: porque raios excluíram os meninos do público alvo, gente? Até scrapbooking é coisa de menina agora? Aí me enxerguei e me assumi. É, acho que tô ficando feminista mesmo.


*esse texto contém alguma dose de ironia, mas eu não dou boa nisso, por isso preciso explicar em nota antes de ser crucificada. 

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